A História do Aparelho Auditivo
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Saiba mais sobre a História da evolução do aparelhos auditivos durante os séculos!
A História do Aparelho Auditivo: Conheça!
O desenvolvimento do aparelho auditivo que conhecemos hoje não é mérito exclusivo de Alexander Graham Bell, mas sim fruto da contribuição de três dos maiores inventores do final do século XIX e início do século XX.
Toda historia começa com
Antonio Santi Giuseppe Meucci, nascido em Florença na Itália em 13 de abril de 1808. Considerado um dos maiores inventores italianos, estudou na Academia de Belas Artes da capital de Toscana, trabalhando posteriormente como empregado da alfândega e depois como técnico de cenários do histórico Teatro della Pergola de Florença, onde conheceria sua futura esposa, Ester Mochi. Em 1849, em Havana-Cuba, ele havia testado a transmissão de voz pela corrente elétrica, daí em diante, através de pesquisas desenvolvidas em 1852 e 1853, e subsequentemente nos Estados Unidos, em 1860, delegou a um amigo que visitava a Europa que procurasse pessoas interessadas na sua invenção.
Ester sofria de reumatismo, este fato fez com que em 1856, Meucci construísse um telefone eletromagnético – que denominou telettrofono – que tinha a função de conectar seu escritório ao seu quarto, localizado no segundo andar da casa onde sua esposa ficava. Porém, em 1872, por conta de uma doença – consequência de um ferimento causado por uma explosão a bordo de um barco , assim como o seu estado de miserabilidade – Meucci apenas conseguiu pagar a patente provisória de sua invenção, retardando suas experiências. Arquivando o requerimento da Patente, ele tentou convencer o Sr. Grant, então presidente da Companhia Telegráfica de Nova Iorque, a experimentar o instrumento, não conseguindo, resolveu vender o protótipo do telefone.
É neste momento que entra em cena
Alexander Graham Bell. Nascido Edimburgo em 3 de Março de 1847 cientista, inventor e empresário, Bell como era chamado, aproveitando-se da situação de Meucci, compra o protótipo do telefone em 1873, que por sua vez com o financiamento do seu sogro americano, em 7 de Março de 1876 patenteou como sua no Escritório de Patentes dos Estados Unidos sob o número 174.465: “o método de, e o instrumento para, transmitir sons vocais ou outros telegraficamente, causando ondulações elétricas, similares às vibrações do ar que acompanham o som vocal.”, ou seja o telefone.
Após ter obtido a patente para o telefone, Bell continuou suas experiências em comunicação, que culminaram na invenção da
photophone – transmissão do som num feixe de luz – um precursor dos sistemas de fibra óptica atuais. Também trabalhou na pesquisa médica e inventou técnicas para ensinar o discurso aos surdos, um dos seus projetos foi um piano que podia transmitir música a certa distância por meio de eletricidade. Em Boston continuou a sua pesquisa no mesmo campo, e esforçou-se para produzir um telefone que emitisse não somente notas musicais, mas articulasse a fala.
Embora historicamente Bell tenha recebido muitas honrarias como o inventor do telefone, por estranha coincidência,
Elisha Gray aplicou no mesmo dia que Bell uma outra patente do mesmo gênero. O transmissor de Gray, é suposto ter sido inspirado num dispositivo muito antigo conhecido como ‘telefone dos amantes’, no qual dois diafragmas são unidos por um fio esticado, e a voz é transmitida unicamente pela vibração mecânica do fio, o que não tirou os méritos de Bell. Nesta briga de patentes o italiano Antonio Meucci processou Bell, cobrando judicialmente os direitos da patente, mas acabou falecendo durante o julgamento dos direitos como inventor e o processo foi encerrado, somente 130 anos depois, em 11 de junho de 2002, ele foi reconhecido como o verdadeiro inventor do telefone no Congresso dos Estados Unidos, através da resolução N°. 269. Isso explica por que Graham Bell foi considerado historicamente o inventor do primeiro aparelho que amplificou eletronicamente o som usando um microfone de carbono e uma bateria: um conceito que foi adotado pelos fabricantes de aparelhos auditivos.
A grande revolução do aparelho auditivo, ocorreu em 1886, com
Thomas Alva Edison. Nascido em Milan, Ohio, em 11 de Fevereiro de 1847, além de cientista e empresário foi um dos maiores inventores da humanidade responsável por muitos dispositivos importantes e de grande interesse industrial, registrando 2.332 patentes,dentre elas a invenção do
transmissor de carbono, aperfeiçoando o telefone, inventado por Meucci e transformando-o em um aparelho que funcionava muito melhor já que alterava os sons em sinais elétricos que podiam viajar através de fios e podiam ser convertidos de volta em sons. Essa tecnologia aliada às descobertas de Meucci, Graham Bell foram usadas para construir os primeiros
aparelhos auditivos elétricos da humanidade.
A partir destes colaboradores do século XIX, aliado a Revolução Industrial do pós guerra e poder aquisitivo da classe média, iniciou-se a corrida para a produção de aparelhos auditivos em escala industrial por várias empresas de aparelhos auditivos em diferentes partes do mundo.
Cada uma de forma competitiva e inovadora produziam suas próprias versões. Em 1898, a Dictograph Company criou o primeiro aparelho auditivo de carbono já em escala comercial, um ano após, o empresário Miller Reese Hutchison, da empresa Akouphone, patenteou no Alabama seu primeiro aparelho auditivo elétrico que tinha na sua concepção um transmissor de carbono e uma bateria. Este aparelho auditivo é um dos itens a mostra hoje no salão de exposições do Museu do Aparelho Auditivo no Brasil, a curiosidade em relação as tecnologias modernas é que este aparelho auditivo era tão grande que precisava ficar sobre a mesa, inviabilizando o uso como acessório como é feito hoje com os aparelhos auditivos modernos, o preço de mercado na época era de aproximadamente US$400.
Daí em diante a tecnologia não parou mais de ser aplicada aos aparelhos auditivos, assim na década de XX,
tubos a vácuo foram introduzidos aos aparelhos auditivos, o que tornou a amplificação do som mais eficiente, no entanto as baterias ainda os tornavam grandes e incômodos.
O ano de 1952 pode ser considerado um marco, pois se iniciou a era dos aparelhos auditivos de transistor. A instalação dessas simples chaves (on/off) aliada a diminuição significativa das baterias(pilhas) possibilitou aos fabricante criarem aparelhos auditivos cada vez menores que atendiam esteticamente os pacientes, economizavam bateria e eram significativamente menores. Historicamente os primeiros aparelhos auditivos com transistores foram projetados como aparelhos auditivos de bolso depois para se encaixar nas armações de óculos, mas precisamente nas hastes. Posteriormente, eles foram adaptados para funcionar como prendedores de gravata, brincos até se encaixar atrás da orelha como são hoje. O primeiro aparelho auditivo de transistor lançado no final de 1952 foi vendido por aproximadamente US$230.
No século XX, os aparelhos auditivos receberam diferenciações tecnológicas, passando os antigos a ser chamados de analógicos e os novos que surgiam de programáveis. A qualidade do som melhorou significativamente e a opção programável tornava o aparelho auditivo mais personalizado, pois através das opções de programas e ajustes o aparelho auditivo era adaptado de acordo com a perda auditiva. Ainda no final do século XX surgiram as tecnologias digitais.
Na virada do século XXI, já com a tecnologia digitalmente programável e o auxilio de computadores o aparelho auditivo tornou-se menor, mais potente e ainda mais preciso, com ajustes capazes de atender de forma precisa a necessidade e confortos auditivos do paciente, observando características personalizadas em tamanho, necessidade de acordo com a vida cotidiana e principalmente observando tecnicamente a natureza da perda auditiva, aparelhos auditivos capazes de se acomodar a todo tipo de ambiente auditivo.
O século XXI está marcado pela conexão da evolução tecnologia, científica e médica, apresentado aparelhos auditivos cada vez mais sofisticados, menores, dentre as novas tecnologias surge o implante coclear, um dispositivo eletrônico de alta tecnologia, conhecido como ouvido biônico, sendo esta a sua diferença do aparelho auditivo idealizado no século XX, pois neste o som é amplificado enquanto no implante coclear a função do aparelho auditivo é fornece impulsos elétricos para estimulação das fibras neurais remanescentes em diferentes regiões da cóclea, possibilitando ao usuário, a capacidade de perceber o som.
Esta tecnologia ainda é fruto de muitos estudos e pesquisa, é um aparelho auditivo de ordem evasiva dependendo de processo cirúrgico e acompanhamento fonoaudiológico mais conciso. Atualmente existem no mundo, cerca de 60.000 pacientes implantados.