Museu do Aparelho Auditivo adquire Kit de Camisetas Prof. Pedroca
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Em apoio e incentivo à criação do Museu do Franca Basquete, o Museu do Aparelho Auditivo adquiriu o kit de camisetas Prof. Pedroca.
Museu do Aparelho Auditivo adquire Kit de Camisetas Prof. Pedroca
Conhecida nacionalmente como a Capital do Basquete, a cidade de Franca-SP, ganhou recentemente o primeiro museu da história do basquete brasileiro, o Instituto Memória do Basquete. O objetivo é resgatar a história do Franca Basquetebol Clube com a exposição de fotos, vídeos, áudios, troféus, medalhas e uniformes.
Para garantir a reforma do espaço que abrigará todo o acervo, o dinheiro será arrecadado por meio da venda de uma edição limitada do kit do Museu do Franca Basquete. A Direito de Ouvir, através de seu CEO Frederico Abrahão, adquiriu um exemplar do kit em apoio e incentivo a esta bela iniciativa.
O kit, que está exposto para visitação no Museu do Aparelho Auditivo, conta com uma caixa de madeira personalizada com os brasões dos times e a foto do Pedroca (leia complemento abaixo), quatro camisetas dos primeiros times que representaram Franca em competições nacionais e internacionais (Clube dos Bagres, Emmanuel, Amazonas e A.A. Francana), além de um Certificado de Autenticidade.
Venha conhecer essa e muitas outras peças do Museu do Aparelho Auditivo. Faça-nos uma visita!
Pedroca, como ficou conhecido entre os francanos, era Pedro Murilla Fuentes.
Nascido em São Paulo em 1929 e descendente de espanhóis, cursou educação física na USP, onde conheceu Vitório Bartocci (Tuti), um jogador de futebol da Francana, e o professor Artur Ewbank. Esses dois francanos passaram a influenciar o jovem professor, falando sobre o apego que Franca tinha pelos esportes. Assim, Pedroca chegou a Franca como professor de educação física do IEETC, motivado e curioso, sem saber que tornar-se-ia o pai do basquete, na cidade do basquete.
Muito dedicado e observador, Pedroca fez curso intensivo de técnicas de basquete em São Paulo e depois disso não parou. Participou de diversas clínicas de especialização em países como Espanha, Portugal, Iugoslávia, Itália e Argentina.
Hélio Rubens, que sempre teve Pedroca como técnico, define sua filosofia de trabalho – “Era um visionário. Ninguém entendia quando ele falava que não era para deixar o jogador adversário pensar e que o basquete não se resumia a saltar e correr. Hoje é o conceito mais moderno de basquete, já que quem não pensa, faz no improviso e está mais sujeito a erros. Marcar a linha de passe, marcação mista - utilizar simultaneamente a marcação por zona com a individual eram coisas que Pedroca já fazia há mais de 40 anos.“
Pedroca esteve, por diversas vezes, a serviço da seleção. Participou das Olimpíadas de 1972 em Munique, e 1980, em Moscou. Na primeira, foi assistente técnico do Kanela, e na segunda, auxiliar de Cláudio Mortari. Seu grande resultado foi a conquista do Panamericano de Cali, em 1971, quando era auxiliar do técnico Édson Bispo. Em sul-americanos, foi o técnico em dois vice-campeonatos e no título de 1971.
Como Franca nunca tinha nem os melhores jogadores, nem os melhores arremessadores, a saída encontrada por Pedroca foi desenvolver a defesa. Quarenta anos atrás, os meninos do Seu Pedro já faziam marcação dupla e da linha do passe, misturavam defesa por zona com individual e, enquanto a maioria das outras equipes usava apenas os três jogadores mais altos no rebote, Franca ia com todos, o que propiciava a saída de contra-ataque.
Para dar ênfase na velocidade, Pedroca começou a usar técnicas de atletismo nos treinamentos. Fazia os jogadores descerem e subirem os degraus da arquibancada, tanto de frente quanto de costa, além de carregar 10 quilos. Quando os francanos iam para a quadra, tinham uma impulsão absurda, além de uma resistência física de fazer inveja aos outros jogadores.
Ser o eterno técnico de basquete de franca (1951 a 1983) foi apenas uma faceta do Pedroca. Ele era, antes de qualquer coisa, um educador. Usava o esporte como meio social de formação e humanização. Falava a todos o que deveriam escutar e não o que gostariam.
Queria formar primeiro o homem e depois o atleta. Não se restringia ao basquete e se zangava com os pais que exigiam dele que tornasse seus filhos craques.
Tratava todo mundo com respeito. Chamava todos os alunos de senhor. É com justiça unânime que hoje o ginásio de esporte de Franca recebe o nome de Pedrocão, o templo do basquete brasileiro.
Fonte: Franca Basquete